Localizado em Piraquara – PR, a unidade recém chegada à rede FUNEAS, especializada nas doenças da pele, está completando neste mês de outubro, 95 anos de existência, com muitas transformações e contribuições à saúde pública paranaense no seu histórico.

Fundado em 20 de outubro de 1926, no município de Deodoro, o Hospital São Roque foi uma referência no acolhimento dos portadores de “lepra”, como então era conhecida a hanseníase, sendo uma medida profilática para conter o avanço da doença, isolando os acometidos.

Com uma área de 42 alqueires e próxima da capital, dispunha de água, energia elétrica, espaço para a agricultura e criação de animais, o que lhe dava independência em relação à cidade.

Além da ala hospitalar, o espaço chegou a contar com cinema, igreja, minimercado, delegacia, correios, cemitério, campo de futebol, e duas áreas de moradia: os “carviles” e as casas da colônia.

Nos Carviles eram abrigados os doentes que não precisavam ficar hospitalizados, mas ainda demandavam cuidados de enfermagem. Já as casas serviam aos internos com boas condições de saúde, que eram abrigados aos pares. Os pacientes que chegavam ao São Roque faziam daquele espaço sua casa. O Hospital chegou a abrigar em torno de 1.300 pacientes.

No início de suas atividades a manutenção ficaria a cargo do Estado e a administração foi confiada a uma congregação religiosa da ordem das irmãs franciscanas de São José, inicialmente com oito irmãs, vindas da Alemanha, a pedido do governador do Paraná, para atender aos enfermos, que eram transportados até ali de trem.

A partir de 1983, com as descobertas de mecanismos de controle e cura, foi abolida a prática de isolamento compulsório e São Roque perdeu sua condição de Hospital Colônia, recebendo então a denominação de Hospital de Dermatologia São Roque, mantido pela Secretaria de Estado da Saúde. Em agosto de 1990 a denominação foi alterada para Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná.

A diretora-geral do HDS, Maristela Zanella, disse que nestes últimos 30 anos a unidade funcionou como hospital especializado em dermatologia, sendo que com a chegada de novas tecnologias e tratamentos, grande parte das doenças passaram a ser tratadas na Unidade Básica de Saúde e Centros Especializados, diminuindo, assim, a necessidade de internamento em Unidade Hospitalar

Em 2020 se iniciou um processo de reestruturação com mudança do perfil assistencial com a implantação de ambulatório de dermatologia e feridas.

Atualmente são ofertados mais de 2.600 atendimentos por mês, entre outros, consultas médicas em dermatologia, hansenologia, procedimentos de enfermagem, pequenos procedimentos    cirúrgicos com biópsias, e curativos com utilização de coberturas especiais.

O ambulatório é referência 44 municípios pertencentes a 1ª, 2ª e 6ª Regionais de Saúde. Ainda neste ano será agregado mais profissionais possibilitando, assim, a ampliação da oferta para mais de 6.500 atendimentos por mês.

Recentemente o Secretário da Saúde, Beto Preto esteve na unidade para a inauguração do Ambulatório de Dermatologia e Feridas Dr. Germano Traple, e na oportunidade assinou as ordens de serviço que permitiram o início imediato das obras de reforma da unidade, promovendo as mudanças necessárias.

Para o Diretor-presidente da FUNEAS, Dr. Marcello Machado, esta celebração de 95 anos é oportuna para comemorar as transformações que a unidade está passando, com investimentos da Secretaria da Saúde e a ampliação dos serviços à população do Paraná, que antes buscava o atendimento para estas especialidades longe de seus lares.

“Parabenizamos a direção do hospital e todos os trabalhadores que diariamente contribuem para que o HDS seja esta referência para todo o estado, que se empenham e buscam melhorar sempre, aplicando com eficiência todos os recursos empregados pela Secretaria da Saúde, principalmente com a humanização do atendimento que a população merece”, finaliza.